Às mães de Portugal
Ó mães doloridas, celestiais,
Misericordiosas,
Ó mães d´olhos benditos, liriais,
Ó mães piedosas
Calai as vossas mágoas, vossas dores!
Longe na crua guerra
Vossos filhos defendem, vencedores,
A nossa linda terra!
E se eles defendem a bandeira
Da terra que adorais,
Onde viram um dia a luz primeira
Ó mães, por que chorais?!
Uma lágrima triste, agora é
Cobardia, fraqueza!
Nos campos de batalha cai de pé
A alma portuguesa!
Pela terra de estrela e tomilhos,
De sol, e de luar,
Deixai ir combater os vossos filhos
Ao longe, heróis do mar!
Dum português bendito, sem igual
Eu sigo o mesmo trilho:
Por cada pedra deste Portugal
Eu arriscava um filho!
Por isso ó mãe doloridas, pelo leito
De morte, onde ajoelhais,
Esmagai vossa dor dentro do peito
Ó mães não choreis mais!
A pátria rouba os filhos, mas é mãe
A mãe de todos nós
Direito de a trair não tem ninguém
Ó mães nem sequer vós!
Espanca, Florbela, 1894-1930
Proença, Raúl, 1884-1941, coment.
Primeiros passos
[1916]; s.l.; 12 f.; aut., ms.
Proença, Raúl, 1884-1941, coment.
Primeiros passos
[1916]; s.l.; 12 f.; aut., ms.
![[9]](http://purl.pt/272/2/n10/n10_item4/n10_JPG/n10_JPG_24-C-R0100/n10-4_0009_9_t24-C-R0100.jpg)
![[10]](http://purl.pt/272/2/n10/n10_item4/n10_JPG/n10_JPG_24-C-R0100/n10-4_0010_10_t24-C-R0100.jpg)
![[11]](http://purl.pt/272/2/n10/n10_item4/n10_JPG/n10_JPG_24-C-R0100/n10-4_0011_11_t24-C-R0100.jpg)
 
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